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  • 'Pautas-bomba' e cenário externo no Congresso fazem pressão na área econômica na busca pelo equilíbrio das contas


  • O governo já admitiu que não irá atingir a arrecadação prevista e está propondo metas mais modestas ao Congresso para 2025 e 2026.

Um desequilíbrio apontando piora no cenário político e econômico internacional pressionou a equipe econômica, nos últimos dias, a buscar mais saídas na tentativa de equilibrar as contas públicas.

Ao menos dois eventos externos preocupam o cenário econômico brasileiro: a expectativa de que os Estados Unidos mantenham juros elevados por mais tempo e novas crises de guerra no Oriente Médio, envolvendo também o Irã.

Os eventos ocorreram num cenário onde o Brasil, o governo anuncia que não conseguirá a arrecadação prevista.

Diante desses acontecimentos o governo pretende reduzir as metas fiscais de receitas e despesas públicas para 2025 e 2026.

Apesar de todas essas dificuldades e do ceticismo do mercado financeiro, a equipe econômica tem reafirmado seu compromisso com as contas públicas.

"Esse momento atual reforça a necessidade de continuar perseguindo a meta [de déficit zero] em 2024 e a necessidade de ter esse compromisso entre os poderes. Todo esse ruído, e claro que têm fatores de ordem geopolítica com o mercado americano super tenso, tem um efeito grande sobre nós."

"Até o efeito sobre câmbio mostra que o cenário externo demanda que esse compromisso seja irretratável, que essa sinalização seja reforçada, não só pelo Executivo, mas pelo Judiciário e pelo Legislativo", afirmou o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron.

O governo preocupa-se com a liberação de R$ 160 bilhões em gastos adicionais nos próximos anos, efeito da mudança das metas fiscais, além de um dólar mais alto, devem puxar a inflação para cima.

O impacto no bolso dos brasileiros e uma possível alta dos preços acaba contendo a queda da taxa básica de juros pelo Banco Central, hoje em 10,75% ao ano.

Os juros altos são um instrumento da política econômica para o enfrentamento da inflação.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, já começou a dar recados.

Em Washington (Estados Unidos), ele disse que o trabalho da instituição na condução da inflação para as metas estabelecidas ficou mais “custoso e difícil” a partir das mudanças propostas pelo governo nas metas fiscais.

Em comunicado, a XP disse acreditar que o BC reduzirá o ritmo de redução da taxa Selic para 0,25 ponto percentual, recuando de 10,75% para 10,50% ao ano, já na reunião de maio. 

E que a taxa cairá para 10% ao ano no fim de 2024, e não mais para 9% ao ano.

Por conta disso, já prevê um crescimento menor da economia (1,7%, contra a projeção anterior de 2%) em 2024.